O Pintassilgo | Donna Tartt
Tenho sentimentos muito contraditórios em relação a este livro. Explico-vos porquê: comecei a lê-lo há cerca de dez meses (ou mais) e apesar de ter avançado rapidamente durante as primeiras 100 páginas eis que cheguei a um momento em que não conseguia ler mais do que 2 a 3 páginas por dia. Este era o livro que eu guardava para ler à noite quando tenho o maior período de tempo que posso dedicar à leitura e mal lia um bocadinho, dava-me logo o sono e não conseguia avançar. No entanto, e apesar de o ler muito pouco, sabia sempre exactamente em que ponto da história estava, sem necessidade de reler o parágrafo anterior. Entretanto, resolvi guardá-lo uns tempos na gaveta (visto que entre nós não estava a resultar). Há uns dias fui resgatá-lo à gaveta e decidi que era agora a altura para o terminar.
Penso que o maior problema deste livro é mesmo o facto de ser tão extenso (tem 895 páginas), é o maior livro que tenho agora na minha estante. E digo isto porque acho sinceramente que a história se contaria de forma muito mais intensa e eficaz em metade das páginas. Não posso dizer que o livro não é interessante porque eu acho que é até bastante interessante mas para mim tornou-se monótono, a narrativa não avançava e no fim (em 100 páginas) aconteceu tudo ao mesmo tempo sem me deixar tempo para respirar.
Falando um bocadinho da história em si: o narrador e protagonista é o Theo que nos conta a sua vida desde o momento em que perde a sua mãe numa explosão num museu em Nova Iorque. Na altura da explosão Theo tem apenas 13 anos e sendo filho de pais separados, e com muito pouco convivência com o pai, ele é quase que empurrado para uma série de acontecimentos que moldam todo o seu percurso de vida. E mais não digo. E o que é que o Pintassilgo tem a ver com isto? É que para além de ser uma história de perda e solidão, é também uma história acerca do poder da beleza e do amor aos objectos.
Dou 5 estrelas à história e ao protagonista, adorei estes dois ingredientes.
Quanto à escrita e à narrativa lenta da Donna Tartt remeto-me às reticências...