O meu nome é Lucy Barton | Elisabeth Strout
Pronto, eu confesso: não adorei. Não da forma como estava à espera. Gostei muito da forma como está escrito, com episódios curtos e intensos que vão desvendado a personalidade de Lucy (personagem principal). Contudo, não senti "aquela" ligação com ela, houve alguns momentos que sem dúvida me emocionaram, mas foram esporádicos e acabavam por se perder nos episódios seguintes. E "essa ligação" é sempre algo que não sabemos bem de onde vem nem conseguimos explicar os seus "porquês". No meu caso, para este livro, simplesmente não aconteceu. É, no entanto, notório que lidamos com uma escritora experiente, sabe exactamente como abordar as situações.
O tema explorado ao longo do livro é a relação entre uma mãe e uma filha enquanto a filha (Lucy) está no hospital a recuperar de uma cirurgia. É sobretudo acerca da carência e da falta do amor de mãe e das suas repercurssões ao longo da vida de Lucy. Fazemos uma viagem à sua infância, passando por vários pontos chaves da idade adulta. Neste livro deparamo-nos a todo o momento com a importância de tudo aquilo que não é dito pelas personagens. O que não é dito é a verdadeira história de Lucy.
"E sorríamos, porque isso parecia querer dizer alguma coisa - que não era a cicatriz o que me mantinha doente. Isto é, o sorriso era o nosso reconhecimento de que havia algo. Nunca mais me esqueci deste homem, e durante anos doei dinheiro em seu nome ao hospital. E na altura pensei, e mesmo hoje ainda penso, na expressão "imposição das mãos".
Minha pontuação no Goodreads: 3,5.