Livrarias | Jorge Carrión
Com este livro aumentei exponencialmente a minha wishlist. Para além de ser um livro acerca de livrarias, é também acerca de várias épocas, alturas em que o livro, a literatura e a arte da escrita tinham outro valor. O que mais gostei foi de ter conhecido os espaços que alguns dos autores presentes na minha estante frequentavam. Através do livro é possível ter uma ideia das dificuldades com que tiveram que lidar na altura, os diversos países por onde passaram, quem era amigo de quem, como é que indústria funcionava. Gostei também muito de conhecer a história de formação de algumas livrarias icónicas.
Portugal não passou despercebido ao autor referenciando a Bertrand do Chiado, a Ler Devagar e a Lello. É muito difícil não sentirmos orgulho ao ver o nosso país mencionado (e ainda para mais com três livrarias) num livro de viagens que foi eleito como um dos dez melhores pelo jornal "Guardian".
Aspectos menos bons? A organização do livro não me pareceu muito clara, se por vezes estava em Buenos Aires, noutros regressava a Barcelona. Adicionalmente, senti que o autor não me revelou muito de si mantendo-se sempre muito objectivo em todas as descrições. Esperava ver mais sentimento reflectido na exposição desta paixão.
O livro contém também algumas fotografias mas as mesmas aparecem sem nota de referência ou nota de rodapé de forma que por vezes é difícil perceber a que sítio se refere, isto porque não aparecem ao mesmo tempo que são mencionadas no texto.
Balanço positivo para esta estreia na literatura de viagens, fiquei com vontade de mais. Assim sendo, não pude deixar de adicionar alguns livros à minha lista de desejos pois o livro tem excelentes referências nessa área (e não só).
Em baixo deixo-vos com imagens de algumas livrarias mencionadas:
Shakespeare and Company, Paris
Eterna Cadencia, Buenos Aires
Cook & Book, Bruxelas
Robinson Crusoe 389, Istambul
La Gran Pulpería del Libro, Caracas
Bookworm, Pequim
Bookàbar, Roma