A estante vai ficando cada vez mais composta
Em minha defesa só posso dizer que foi oferecido. A sério :)
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Em minha defesa só posso dizer que foi oferecido. A sério :)
Trouxe-o comigo na mala de fim-de-semana na esperança de o começar. Anisosa por finalmente ir conhecer este grande clássico.
A família está reunida. E é bonita.
A trilogia chegou ao fim e eu cheguei ao fim dela. Com "O deslumbre de Cecilia Fluss", e à medida que o ia lendo, os círculos iam-se fechando e, no entanto, fico com a sensação que o autor podia continuar a escrever esta trilogia para sempre porque, na verdade, nada acaba. A busca não tem fim e a luta continua. Há lições importantes para todos os personagens (e também para o leitor). O livro é uma jornada impressionante e só mesmo um grande escritor para fazer com que todos os pontos se encontrem e, ainda por cima, de forma sublime. De uma forma muito geral fala-se de adolescência, amizade, amor, perda, medo, solidão e demência. Mas isso são apenas os meios de transporte utilizados para falar da vida e da condição humana - de que é que somos feitos? O que é que nos magoa (e porquê)? O que é que procuramos? E portanto é um convite à auto-análise, ao sentido das coisas, ao sofrimento que nunca parece terminar.
Escuso-me a falar da história porque acho que as sinopses, por vezes, acabam por diminuir um livro e este é grande, mesmo grande. Não consigo apontar nada de mau, ou sequer menos bom, o livro é brilhante. Partilhei o sofrimento com o Matias, a solidão com o Elias, a insatisfação com a Cecilia e um pouco de loucura com todos eles.
Vale muito a pena ler esta trilogia, desconfio que não haja nada tão verdadeiro como ela.
Precisamos, como disse um poeta, de ter paciência com tudo o que está por resolver nos nossos corações, de tentar amar as perguntas como se fossem livros escritos numa língua desconhecida, abraçar a inquietação como o território onde a nossa vida se desmultiplicará para, um dia, se unir em torno de uma resposta, à semelhança de uma família novamente reunida.
Minha pontuação no Goodreads: 5*
Quando os homens bons não o reflectem nos seus actos, há um coração que chora eternamente.
Depois de Paul Auster, é a vez de Javier Marías, estou a apreciar muito esta leitura. Fazem falta mais livros assim.
E vocês? O que se lê por aí? Conhecem este autor?
Não conheço o autor e nem sequer li a sinopse do livro, só sei que é um género que não costumo ler e quero experimentar, será uma das leituras dos próximos tempos.
A dualidade de sentimentos quando estou prestes a terminar a trilogia do João Tordo - tristeza pelo fim que se aproxima e entusiasmo por estar quase a terminar. É sempre assim, e no final, fica sempre um vazio.
Alguém comigo?
Uma caixinha de recortes de vida onde vale sempre a pena voltar.
Este foi um dos livros que trouxe para casa graças à troca de livros que fizemos no 1º Encontro dos Clássicos Vivos. Tinha-o planeado como uma das leituras para o mês de maio mas peguei-lhe para começar devagarinho há dois dias atrás de acabei por o terminar quase sem me aperceber. Nunca tinha lido nada de Paul Auster (apesar de ter mais um livro dele na minha estante) mas estava bastante entusiasmada para o começar, este livro é autobiográfico e fala da juventude do escritor, com temas desde a relação com os pais até à descoberta da escrita como a actividade que mais lhe dava prazer fazer. Foi cedo que descobriu a escrita e tendo grandes ideais e objectivos na sua cabeça (não pela sua grandeza mas sim pela sua convição) o caminho nem sempre foi fácil (como seria de esperar). Contudo, conseguiu sempre manter-se focado naquilo que queria mostrando empenho e dedicação em tudo o que fazia. A citação que se encontra na contracapa do livro (e que transcrevo em baixo) é espectacular e mostra de que matéria é feito o autor. Gostei muito de o conhecer melhor e foi tão reconfortante ver os meus próprios pensamentos espelhados nestas páginas.
"Desde que me conhecia, a minha ambição sempre tinha sido escrever. Aos dezasseis ou dezassete anos já sabia que assim era e nunca me iludira pensando que poderia ganhar dinheiro com isso. Tornar-se escritor não é 'decidir sobre uma carreira' como quem decide tornar-se médico ou polícia. Mais do que escolhê-la, somos escolhidos, e uma vez aceite o facto de que não somos aptos para mais nada, temos de estar preparados para percorrer uma longa e árdua estrada durante o resto dos nossos dias."
Minha pontuação no Goodreads: 4*
E se não formos quem julgamos ser? Por vezes sabotamo-nos a nós próprios.